Em 1977 e 1978, surgiram os primeiros casos de AIDS no
Haiti, EUA e África Central.
No ano de 1980, o primeiro caso no Brasil.
Muitas pessoas, ainda nos tempos de hoje, não conhecem
informações importantes sobre a doença.
Pensando nisso, eu convidei uma grande profissional da saúde
para esclarecer tudo sobre o assunto.
Curtam essa entrevista maravilhosa com Evandra Zarbin.
Evandra é enfermeira e extremamente capacitada para está entrevista.
O
que é Aids?
É a Síndrome da Imunodeficiência
Adquirida que é causada pelo vírus HIV, é o estágio mais avançado da doença que
ataca o sistema imunológico, as células de defesa do nosso corpo, deixando o
organismo mais vulnerável a diversas doenças.
Ter o HIV não é a mesma coisa que ter
AIDS. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem
desenvolver a doença. Mas podem transmitir o vírus pelas relações sexuais
desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas ou de mãe para filho durante a
gravidez e a amamentação.
Por isso é sempre bom se proteger em
todas as situações e fazer o teste para o diagnóstico precoce.
Porque
as contaminações aumentam no período de carnaval?
Isso é um mito, a contaminação não
aumenta neste período, devido à intensificação das campanhas pré-carnavalescas.
Existem
grupos de risco maiores que outros?
Atualmente essa distinção não existe
mais. No começo da epidemia, pelo fato do maior número de contaminação ser
entre os homossexuais, usuários de drogas injetáveis e hemofílicos eram sim considerados
grupo de risco.
Nos dias de hoje fala-se em
comportamento de risco, pois a contaminação se espalhou em geral, não mais se
concentrando nos grupos anteriores, a contaminação entre os heterossexuais
aumentou, principalmente no sexo feminino.
Comportamento de risco seriam as
relações sexuais homo ou hetero com pessoas infectadas sem o uso de
preservativos, compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente, no uso
de drogas injetáveis, a reutilização de objetos perfuro cortantes com a
presença de sangue e fluídos contaminados pelo HIV.
Mulheres
teriam maior facilidade em serem contaminadas?
Na relação hetero entre parceiros
discordantes existe mais probabilidade de a mulher soronegativa ser contaminada
por parceiro soropositivo do que ao contrário. A proporção entre homens e mulheres
é de aproximadamente 2:1 e a maioria delas são casadas e monogâmicas, o marido
se contamina em relações extraconjugal e, depois transmite a doença para a
esposa.
Quando
um paciente chega até vocês, e descobre que tem AIDS; quais costumam ser suas
reações? E qual a conversa do profissional da saúde com o paciente, após a
descoberta?
O momento da revelação do diagnóstico é
de fundamental importância para o paciente. Neste momento uma nova realidade
será inserida em sua vida. Portanto, a forma de comunicação e o estado
emocional do paciente, anterior à realização do exame, podem ínfluenciar em sua
reação frente ao resultado. Inicialmente, deve-se verificar junto ao paciente
quais as circunstâncias da realização do exame e as suas expectativas relativas
ao teste. Estes dados podem facilitar a tarefa da equipe, favorecendo a
percepção do estado do paciente e alertando para as possíveis respostas. Mesmo
durante o período de espera do exame muitos sentimentos são despertados, dentre
eles: ansiedade; medo; angústia; fantasias; crenças e valores acerca do
resultado, da infecção pelo HIV e da própria morte. Todos estes sentimentos são
intensificados no momento do diagnóstico. O profissional deve, portanto, estar
atento ao estado emocional do paciente durante e após a comunicação. É
importante possibilitar a construção de uma relação de ajuda no contato com o
paciente, servindo de continência para suas angústias e respeitando suas
peculiaridades. O acompanhamento psicológico pode ser necessário após a
comunicação do diagnóstico, eventualmente até mesmo desde o momento da
solicitação do exame. Deve-se, sempre que possível, discutir esta possibilidade
com o paciente, oferecendo-lhe a oportunidade de um seguimento psicológico. A
informação do resultado deve ser precisa, deixando sempre claro se é confirmado
ou inconclusivo, principalmente se há necessidade de repetição de exame, devido
ao período de janela biológica. Desta forma, são evitadas dúvidas ou expectativas
relacionadas a um novo teste. As informações que o paciente possui sobre a
infecção pelo HIV/AIDS também são de fundamental importância. Deve-se averiguar
se são corretas, dando-lhe as orientações necessárias e enfatizando sobre as
possibilidades de tratamento e de controle da doença. Assim pode-se tentar
desmistificar a associação frequente entre diagnóstico, doença e morte.
Sabe-se, contudo, que estas orientações nem sempre são assimiladas
completamente pelo paciente, sendo muitas vezes retomadas em outros
atendimentos de aconselhamento. Entretanto, é imprescindível para alguns
pacientes ouvir várias vezes sobre estas questões, eventualmente de diferentes
profissionais de saúde, com o fim de facilitar seu entendimento. Vale ressaltar
que o processo de comunicação do diagnóstico pode também influenciar na
aderência do indivíduo ao tratamento. Nota-se até que alguns pacientes só
conseguem retomar ao seguimento médico após algum tempo ou após o aparecimento
dos primeiros sintomas. Uma vez tomados todos estes cuidados, a informação do
diagnóstico poderá ter um menor impacto para o paciente, favorecendo a
aderência e o processo terapêutico precocemente.
A vida de
uma pessoa com AIDS é “normal”, ou existem restrições?
O
Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente 16 tipos de diferentes
antirretrovirais na rede pública de saúde. Esses
medicamentos são responsáveis para evitar a multiplicação desse vírus, além
também de adiar ao máximo os indícios e os sintomas da doença.
Por conta disso, o paciente com o
diagnóstico positivo dos dias de hoje, vive uma vida totalmente normal – se não
fosse pela discriminação petrificada que ainda cerca a sociedade.
A vida do
paciente, após o surgimento do coquetel, não tem praticamente nenhuma restrição,
mas manter uma vida regrada, no que diz respeito hábitos de vida saudáveis hoje
são essenciais.
Mensagem
para que as pessoas se previnam.
“Quem Vê cara, não Vê AIDS”
O melhor remédio é a prevenção e o diagnóstico e tratamento precoce
!!!!
Procure o Centro de Testagem e
Aconselhamento “Doriel Gonçalves” no Centro de Saúde e tire sua dúvida, o
diagnóstico e tratamento precoce aumenta a chance de retardar as doenças
oportunistas e assim o desenvolvimento da AIDS.
Há distribuição gratuita de preservativos
femininos e masculinos e de gel lubrificante nas Unidades de saúde.
--------------------------------------------------------------------------------
Eu agradeço a disponibilidade, atenção e entrega da Evandra.
Sei o quanto sua vida é corrida, e mesmo assim, aceitou o desafio da entrevista.
Espero muito que está matéria sirva para auxiliar aos que foram diagnosticado com a doença e que sirva de aprendizado para que todos se previnam.
Vamos lembrar, a palavra PREVENÇÃO na verdadeira significa AMAR A VIDA.
Di Antunes.